sábado, 23 de abril de 2011

Agentes de Onipotência

Jesus não produziu pão do nada. Ele começou com uma pequena quantidade, provida por um menino. Pare para pensar um pouco – cinco mil homens, mais mulheres e crianças tinham seguido a Jesus. Ninguém além daquele pequeno rapaz trouxe algo para comer?

Milhares se alimentaram do lanche de um mocinho! O maior milagre de Cristo sobre a natureza. Um espetáculo divino com uma dinâmica mensagem de esperança para nós.

Cristo pegou dois pescados e cinco pães e satisfez a fome de mais de cinco mil homens e um desconhecido número de mulheres e crianças. Deixando de lado o ministério de cura de Jesus, este foi indubitavelmente seu maior e mais tremendo milagre e também tão importante que foi descrito em todos os quatro Evangelhos. Precisamos entender porque Jesus fez uma maravilha tão estonteante. Esta suprema exposição de onipotência divina tem muitas facetas deslumbrantes, algumas das quais estão sendo examinadas aqui.

Quando Jesus viu as multidões se juntando, Ele perguntou a Felipe: "Onde vamos comprar pão para este povo comer?" (João 6:5). Felipe era somente um homem comum, um seguidor de Jesus. Ser questionado sobre isto pelo próprio Mestre colocou o homem em uma difícil posição. Como Felipe era daquela região, ele provavelmente sabia o caminho para um número de padarias. O que o perturbou não foi onde ele poderia comprar o pão, mas com o que eles iriam comprar o pão. Sua resposta foi sobre dinheiro. O salário de oito meses não seria suficiente para comprar comida para tamanha multidão, disse ele. Nem mesmo dez vezes mais daquela quantia bastaria. Talvez o equivalente ao salário de oito meses era tudo que Jesus e seus discípulos tinham no cofrinho.

a verdade, Jesus estava testando Felipe pois Ele "já tinha em mente o que iria fazer"(João.6:6). Será que Felipe não percebeu aquela pequena palavra "nós"? A pergunta de Jesus era "Onde NÓS vamos comprar pão...? – e não "Onde VOCÊ vai comprar pão?" Ele não esperava que Felipe fizesse tudo sozinho; ele compartilhou o problema e as responsabilidades que o acompanhavam. Para todos nós que servimos ao Senhor, aquela palavra "nós" deveria ser escrita em letras grandes em nosso quadro de avisos mental como base para tudo que empreendermos.

Jesus disse, "Sem Mim nada podeis fazer" (João. 15:5). Isto é um aviso? A intenção foi de deixar-nos ansiosos? Devemos lutar em oração por horas a fio para estarmos seguros de que Ele está conosco? Certamente se não podemos fazer nada sem ele, ele se certificará de que não tenhamos que agüentar por conta própria. Seu trabalho e Sua glória são importantes demais para depender se sentimos ou não a Sua presença. Ele nunca se afastaria e cruzaria os braços enquanto lutamos com uma tarefa além das nossas habilidades, ou imploramos e pleiteamos por Sua ajuda, sempre esperançosos mas nunca seguros. Sua promessa é "Eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos”. (Mateus 28:20) Qualquer que seja a carga que tenhamos que carregar, Ele dividirá a carga com a gente. Ele é um companheiro de trabalho leal – um diretor geral que não se exclui quando é necessário colocar a mão na massa. Isto ficou poderosamente evidente na história da multiplicação dos pães, como veremos a seguir.

Onipotência necessita de mão de obra

Jesus não produziu pão do nada. Ele começou com uma pequena quantidade, provida por um menino. Assim fica um conto com uns cem significados. Pare para pensar um pouco – cinco mil homens, mais mulheres e crianças tinham seguido a Jesus. Ninguém além daquele pequeno rapaz trouxe algo para comer? Seguramente alguns outros eram do tipo que prestam atenção a estas questões práticas. No entanto, os discípulos somente encontraram um menino que lhes desse algo. Aquele menino tornou possível o maior milagre sobre a natureza desde a criação, gozando de um privilégio exclusivo e que não se repetiria. Que história e tanto ele teria para contar pelo resto de sua vida!

Se outras pessoas haviam trazido alguma coisa para comer, eles ficaram calados a respeito. Imagine então como eles se sentiram, quando os discípulos lhes deram pão e peixe da merenda do garoto. Jesus poderia ter usado seus sanduíches, mas eles deixaram a oportunidade passar – não somente a oportunidade de suas vidas, mas de todos os tempos.

Pessoas generosas nunca passam necessidade. Deus não escreve cheques ou joga dinheiro pelas janelas do céu. Ele já colocou tudo que nós precisamos aqui nesta terra e nos deu a habilidade de adquirir riqueza. Deus depende de nós para Seu plano e propósito. Ele dá a fim de que possamos dar, demonstrando a nossa credibilidade para realizar Sua vontade e propósito. Devemos ser agentes provedores. Necessidades físicas ou materiais somente podem ser supridas através de nós. Em outras palavras, o Seu plano é para que cooperemos com Ele, com Seu cuidado provedor. Se nós, assim como o garoto da Galiléia, somente temos pouco para dar, não precisamos nos preocupar: o Senhor pode fazer muito com o pouco. O Senhor pode fazer o que nunca poderíamos com o que nós damos.

Onipotência demanda ação humana

Jesus podia multiplicar pães e peixes, mas somente nas mãos dos Seus discípulos. Podemos imaginar esta cena? Jesus tomou os cinco pães de cevada e deu graças. Não havia absolutamente nada de extraordinário nisto; Jesus usou a fórmula Judaica normal. Ao invés de pronunciar algum tipo de bênção sobre os pães de cevada, Jesus agradeceu a Deus pelo que sabia ser a provisão para uma multidão.

Enquanto isso Jesus tinha tudo organizado. Primeiro todo mundo deveria se sentar em grupos de mais ou menos cinqüenta pessoas. Isto significava que quando a comida fosse servida, não haveria fila, aglomeração ou pessoas empurrando, com mulheres e crianças sendo acotoveladas para fora do caminho. Jesus faz milagres, mas há calma e raciocínio sem pressa por trás de tudo. Não há necessidade de nenhum projeto de fé demonstrar confusão.

Agora, simplesmente olhe o que aconteceu a seguir! Jesus não fez uma enorme pilha de pão e peixe para que as pessoas pudessem se servir. Ele tinha somente cinco pães e dois peixes pequenos em suas mãos. Ele partiu os pães, deu um pedaço ou dois para cada um dos doze discípulos, e falou para que fossem até os grupos de pessoas sentadas na grama. Perceba que Jesus não multiplicou a comida e então deu a cada um dos discípulos o suficiente para cinqüenta pessoas comerem. Ele deu aos discípulos um ou dois pedaços e não cestos cheios.

Assim como os outros, Pedro recebeu um bocado de alimento. Ele olhou para a comida e para as cinqüenta pessoas a dez passos de distância. Ele balançou a sua cabeça confuso e desanimado. Será que Jesus queria mesmo que ele compartilhasse um bocado de pão com cinqüenta pessoas? Ele deu um passo e parou, pensando que aquilo era ridículo demais até mesmo para começar. Ele olhou para trás e viu que Jesus estava sorrindo, confiante e cheio de certeza. Pedro olhou de relance para os pedaços de comida em suas mãos e depois para Jesus, fazendo isso várias vezes. Então repentinamente ele captou a intenção de Jesus; era como se o Mestre estivesse dizendo: "Vá! Vá! Vá!" O primeiro grupo estava somente a dez passos de distância, mas aqueles passos precisavam de fé. À medida que Pedro olhou para Jesus a fé o inundou. Este é o segredo para fazer o impossível: "Olhando para Jesus, o autor e consumador da fé" (Hebreus 12:2)

Muitos têm sido chamados e enviados, mas eles olham para seus meros recursos e limitadas habilidades e nunca dão os dez passos da fé. Com o pouco que eles têm como isto poderia ser alguma coisa além de uma luta perdida? Então eles optam por uma vida rotineira e se esquecem de olhar para Jesus. À medida que cada discípulo no Mar da Galiléia olhou para seu Mestre e deram passos para fazer o que parecia ser tolo e impossível, o milagre começou a surgir. Esse é o propósito do Cristianismo - manter os seus olhos em Jesus.

Milhares foram alimentados de uma caixa de lanche de um menino! O maior milagre de Cristo sobre a natureza.Um espetáculo divino com uma mensagem dinâmica de esperança para todos nós.

Pouco tempo depois dessa incomparável maravilha da multiplicação dos pães, Jesus ouviu seus discípulos falando e quase não pode crer no que ouvia; tamanha era a decepção. "Tendo olhos, não vedes? e tendo ouvidos, não ouvis? " ele perguntou. "Quando parti os cinco pães para os cinco mil, quantos cestos cheios de pedaços levantastes? "... Não entendeis ainda?" (Marcos 8:18-21).O que eles deveriam ter visto?

Os discípulos tinham perdido alguma coisa de vital importância sobre o incidente, mas ele lhes deu uma outra oportunidade.Ele lhes perguntou: "Quem dizeis que Eu sou?" (Mateus 16:15; Marcos 8:29).Era isto que o grande milagre no Mar da Galiléia deveria tê-los ensinado. No Velho Testamento Deus Se revelou pelos Seus poderosos feitos, não por visões e místicas revelações como relatado por fundadores de outras religiões. Nem saiu Jesus por ai informando a todos: "Eu sou o Filho de Deus". Ele simplesmente prosseguiu com o que Ele havia vindo fazer. Ele foi caminhando e libertando todos os oprimidos pelo diabo e aquilo falava tudo, como também quando multiplicou os pães. "...crede ao menos por causa das mesmas obras", disse ele (João. 14:11).

Ele queria que as pessoas O reconhecessem por causa delas mesmas e não por causa dele. Quando isso acontecia, Ele se alegrava. Pedro viu isto e falou: "Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". E a resposta de Jesus foi, "Bem-aventurado és tu" (Mateus 16:16-17). A maior experiência na terra é conhecer a Jesus e perceber simplesmente quem Ele é, o Salvador da humanidade. Em outra ocasião "exultou Jesus no Espírito Santo”, e disse: “Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos" (Lucas 10:21).Isto deixa claro que você não precisa ser um gênio para reconhecer a verdade.O fim e o propósito da vida é que conheceremos a Jesus e O veremos assim como Ele é.Conhecê-Lo é vida eterna.

Onipotência nunca muda

Este milagre contém um segredo maravilhoso.Algo similar a isso havia acontecido em menor escala 800 anos antes.Em II Reis 4:42-44 lemos sobre um homem que trouxe a Eliseu vinte pães cevados.O profeta disse: "Dá ao povo para que coma". O servo de Eliseu ficou surpreso. Como poderia ele dar vinte pães cevados para cem pessoas? Mas Eliseu lhe falou: "Comerão e sobejará". Então o homem partiu o pão e o distribuiu – e seguramente, todo mundo foi bem alimentado e ainda sobrou algum.

Esse foi um exemplo em menor escala do que Jesus fez no Mar da Galiléia. Ele duplicou o que o Senhor de Eliseu fez, até mesmo em detalhes. Se olharmos bem as duas histórias, veremos que nas duas ocasiões os pães foram feitos de cevada; eles foram contados e considerados insuficientes; não obstante a instrução foi de dar algo para o povo comer; o pão foi colocado diante da multidão e houve alimento sobrando depois que todos comeram e se satisfizeram. O paralelo entre os dois milagres é claro.

Senhor Deus de Eliseu, o Criador, estava repetindo Seu poderoso trabalho na multiplicação dos pães de um profeta, mas Ele diretamente, através de Jesus Cristo, o filho do Deus vivo.

Próprio Jesus fazendo a mesma coisa em sua própria autoridade, dando a mesma ordem como o Senhor Deus de Eliseu. O primeiro milagre revelou Deus; o segundo revelou o Filho de Deus.

Jesus disse, "Eu sou o bom pastor" (Jo. 10:11). Os Evangelhos nos contam que ele tinha compaixão das multidões que vinham para vê-Lo, vendo-os como ovelhas sem pastor. A vida era terrivelmente dura para aquele povo. Muitos eram miseravelmente pobres. O coração de Jesus se moveu, com pena, quando olhou para os pais usados em trabalho duro, seus rostos magros de preocupação sobre como eles poderiam alimentar suas famílias, e as mães com crianças doentes, chorando agarradas às suas saias, enquanto senhores e governadores viviam confortavelmente e luxuosamente...graças aos trabalhos desses camponeses oprimidos. As massas não tinham nenhum campeão, nenhum líder, e ninguém para cuidar deles. Quando Jesus os alimentou eles tentaram fazê-lo seu rei à força. Isto era incompreensível.

Deus foi chamado o "Pastor de Israel" (Sl. 80:1). Nos dias de Moisés, o Senhor Deus dirigiu Israel para fora do Egito como um rebanho no deserto. Ele os alimentou e deu água por todo o caminho. Suas promessas foram vinho, mel e leite. Mais tarde, ambos Eliseu e Elias viram milagres de provisão mesmo em tempos de fome e seca. Samaria estava morrendo de fome, mas por profética intervenção dentro de vinte e quatro horas havia para sobrar. Deus capacitou o povo a prosperar quando eles confiaram nele e O seguiram.

Lembre dessa saga tremenda, o Êxodo poderoso, o cuidado, a provisão, a direção e proteção, as bênçãos de Deus nas tribos de Jacó até que se tornaram uma poderosa nação. Jesus recapitulou a vasta extensão das responsabilidades de Deus, por mais de mil anos da história, por um estupendo milagre ao alimentar a multidão. O mesmo Deus continuava agindo, cuidando, provendo, continuava ativo pelo seu povo. O milagre que Eliseu realizou falou tudo, mas em um limitado cenário. Agora Jesus fala isto de maneira amplificada cinqüenta vezes, para que o mundo possa se lembrar para sempre. "O Senhor é o meu Pastor, nada me faltará" (Sl. 23:1).

Onipotência trabalha para nós

Os Evangelhos nos contam que Jesus e Seus discípulos eram tão requisitados que eles não tinham tempo nem mesmo para comer. O plano de Jesus era que eles fossem a algum lugar para descansar, mas as ávidas multidões tornaram isto impossível. Jesus não os mandou embora, mas com o passar das horas os discípulos pediram a Jesus para despedir as pessoas, para que eles pudessem procurar algo para comer. E aquela foi a dica para um milagre. Apesar de os discípulos precisarem de comida para eles mesmos, Jesus lhes disse que alimentassem o povo primeiro. Isto é típico de Jesus! A recompensa? Doze cestos cheios de comida que sobrou, um cesto para cada homem. Você nunca tem fome com Jesus.

Aquele grande dia foi somente um dentre os três anos durante os quais Cristo andou na terra com uma completa armadura de cavaleiro de imensurável poder e compaixão. Que anos foram aqueles! Multidões enfermas voltaram para casa chorando de alegria por sua saúde restaurada. Endemoniados, dilacerados e guiados por forças invisíveis, voltaram para casa compostos e sãos. Amados que haviam sido considerados mortos sentavam-se vivos e sentindo-se bem, com suas famílias. Diante dos olhos de multidões antes jamais vistas em Israel, ele executou atos criativos de provisão. Suas palavras confundiram Seus mais brilhantes inimigos e Sua sabedoria se tornou um legado incomparável para todos os tempos.

Ninguém pediu que Ele fizesse nada disto. Ele o fez espontaneamente, por sua própria vontade. Não se confunda – Ele é por nós e não contra nós. Que Deus maravilhoso que se levantou por nós, nosso Advogado e nosso Pastor, lutando a nosso favor e tomando nossa causa! "Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo..." (II Coríntians 5:19). Ele iria a qualquer distância por seus filhos – e ainda irá.

Onipotência e completa humildade

O homem que acabou de ser descrito foi aquele que um dia carregou uma rude cruz de madeira pelas ruas de Jerusalém e aceitou a forma de morte mais horrorosa. Aquele que se revelou como o Criador, se humilhou submetendo-se à morte pela crucificação – destino reservado a criminosos comuns. Enquanto Ele estava pendurado ferido na cruz, o pão que ele havia partido na Galiléia tornou-se um símbolo de Si mesmo. Ele se deu, o Pão do Céu, sem discriminação a Judeus ou Gentios, cidadãos obedientes à lei e criminosos, príncipes e miseráveis. Por que? Que explicação pode haver para tal inesquecível altruísmo?

A cruz pareceu juntar todas as forças negativas que deprimem a raça humana. Mas, isto não foi uma derrota; foi onipotência em ação, onipotência transformando cada negativo em positivo e um ato supremo com resultado supremo. Cristo chorou com os que choram, tornou-se desamparado para com o desamparado, indesejável para o indesejável, imundo pelo imundo; ele encarou a morte pelo moribundo, e o horror pelo horrorizado. Ele sofreu injustiça por todos os que estavam opressos, e Ele entregou Sua reputação para todas as coisas nulas deste mundo. Além de todos os milagres, a morte de Cristo na Cruz do Calvário foi um ato de tamanha grandeza, que o mundo nunca será capaz de compreender.

...Esse poderoso feito torna-se nosso legado, transferido pelo Espírito Santo para a nossa conta. Tudo que Jesus fez é traduzido na nossa experiência. Nós não estávamos com o menino e os discípulos na Galiléia e não poderíamos dar os dez passos para alimentar a multidão faminta. Mas podemos dar um passo até o Calvário e, como aqueles discípulos há muito tempo atrás, fazermos parte da onipotência, vida imortal e o poder do Espírito Santo. A Cruz é o ponto na terra onde Deus se encontra com o homem.

Um dia em um canto de Israel os famintos foram alimentados, e os discípulos de Jesus vislumbraram a suficiência celestial. Mas a Cruz vai de encontro a cada necessidade do homem. Pela fé em Jesus Cristo nós herdamos tudo que seu ato poderoso incluia, cada bênção e beneficio para esta vida e a vindoura, transferida a nós pelo Espírito Santo. Na Palavra de Deus, na Galiléia, e na Cruz, nós vemos quem Jesus realmente é, e somos inspirados pela visão daquilo que podemos ser.

Levantem-se, ó homens e mulheres de Deus, e se lancem em fé!

Por que existe o sofrimento?

Saber sofrer é saber viver. Jesus Cristo nos faz compreender o significado do sofrimento. Ninguém sofreu como Ele e ninguém como Ele soube enfrentar o sofrimento e dar-lhe um sentido transcendente.

Um dia, Karl Wuysman, escritor francês, entre o revólver e o crucifixo, escolheu o crucifixo. O fato de Jesus ter sofrido como ninguém, e ser Deus e Santo, mostra que o sofrimento não é castigo. Uma prova de que Deus não deseja o sofrimento e não o manda como castigo a ninguém um sinal forte de que o Reino de Deus já estava entre nós eram as curas, os milagres, os exorcismos, entre outros, que Jesus fazia, isto é, vitórias sobre o mal e sobre o sofrimento. Alguns perguntam: “Se Deus existe, então, como pode permitir tanta desgraça?”

A resposta católica para o problema do sofrimento foi dada de maneira clara por Santo Agostinho († 430) e por São Tomás de Aquino († 1274): "A existência do mal não se deve à falta de poder ou de bondade em Deus; ao contrário, Ele só permite o mal porque é suficientemente poderoso e bom para tirar do próprio mal o bem" (Suma Teológica l qu, 22, art. 2, ad 2). "Tudo concorre para o bem dos que amam a Deus" (Rm 8,28).

Deus, sendo perfeitíssimo, não pode ser a causa do mal, logo, é a própria criatura que pode falhar, já que não é perfeita como seu Criador. Mas, o mal pode ser também o uso mau de coisas boas. Uma faca é boa na mão da cozinheira, mas não na mão do assassino... O sofrimento da humanidade, sobretudo, é também fruto do pecado. São Paulo disse que "o salário do pecado é a morte" (Rm 6,23).

Nossos erros geram sofrimentos para nossos descendentes também. Os filhos não herdam os pecados dos pais, mas podem sofrer pelas consequências deles . O Papa João Paulo II, em 11/02/84, na Carta Apostólica sobre o sofrimento declarou que: "O sentido do sofrimento é tão profundo quanto o homem mesmo, precisamente porque manifesta, a seu modo, a profundidade própria do homem e ultrapassa esta. O sofrimento parece pertencer à transcendência do homem" (Dor Salvífica, n. 2).

Para que o homem fosse "grande", digno, nobre, Deus o fez livre, inteligente, com sensibilidade, vontade, memória, entre outros. Deus Pai não poderia impedir o homem de Lhe dizer "não": senão lhe tiraria a liberdade e este seria apenas um robô, uma marionete, um teleguiado. E o Altíssimo não quis isso.

Deus não é paternalista, é Pai: não fica "passando a mão por cima" dos erros dos filhos. Esta é a lei da justiça: quem erra, deve arcar com as consequências de seus erros. "Deus não fez a morte nem tem prazer em destruir os viventes" (Sb 1,13).

escrito por Felipe Aquino

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Padre Gabriele Amoth (Exorcista do Vaticano) explica como orar por libertação

Que estilo de oração praticamos na libertação?

Antes de mais nada, um estilo de oração comunitária; e isto por dois motivos: um teológico e um pastoral. Não preferimos a oração individual, como se costuma fazer no exorcismo. No exorcismo é o exorcista quem atua; na oração de libertação atua a comunidade. Damos grande valor à realidade de Igreja, vivente em cada comunidade de fiéis que se reúnem em redor de Cristo e invocam o Espírito. Na comunidade dos crentes é Cristo quem atua e continua a libertar os irmãos da presença do inimigo.

Por outro lado, consideramos com segurança que a libertação é função do Corpo Místico de Cristo, que deve eliminar do seu seio as infiltrações do Maligno, lá onde elas se manifestarem; porque qualquer manifestação do Maligno pesa sobre o corpo todo e danifica-o. Eis então a idéia de que a Igreja, a comunidade, e em toda a Igreja.

Há também um motivo pastoral, ou, melhor, teológico: a oração comunitária permite a interação dos vários carismas, que, deste modo, melhor iluminam e tornam mais eficaz a oração. Por outro lado, preserva-nos do perigo de sermos confundidos com magos ou curandeiros, que atuam sempre isoladamente. A interação dos carismas é um motivo pastoral: numa comunidade existem diferentes carismas; como a finalidade é livra-se de um mal, um grupo que tem bons carismas obtém mais facilmente a libertação.

Qual é a composição ideal de um grupo?

Tratando-se de um grupo carismático, nós procuramos antes de mais quem tem o carisma da cura.

Nos primeiros séculos da Igreja, antes que se instituísse o sacramental do exorcizado, eram os carismáticos que libertavam; ou seja, eram todos os cristãos que exerciam os seus carismas. Também hoje existem pessoas que possuem este carisma; são pessoas que vivem no anonimato, mas que têm poder sobre o Maligno.

Nós apercebemo-nos deste fato porque na sua presença, mesmo quando rezam em silêncio e retirados do grupo, o paciente começa a abanar-se todo. A sua presença é suficiente. São pessoas que, por terem este carisma da cura, asseguram a autoridade carismática do grupo. É uma experiência claríssima que já fizemos.

Utilizamos também o profeta em abundância. Quem é o profeta, o profeta bíblico? É um dom de Deus também presente nos nossos grupos. O profeta é quem recebe uma iluminação do Espírito Santo e nos dá indicações bíblicas. Com o avançar da oração, é que ele quem dá indicações que acertam em cheio o alvo; por isso, a oração é sempre guiada. Descobrimos, por exemplo, a origem de uma doença porque no decurso da oração o Senhor intervém sugerindo texto bíblicos adequados ao caso em questão.

Por exemplo, o profeta sugere: “Vamos ler Isaías 4,4 seguido de Ezequiel 8,2”. É criado um clima que nos orienta sobre como devemos agir. A presença do profeta é muito importante; por vezes, durante a oração, o Senhor conforta-nos, convida-nos a insistir, indica-nos a origem do mal.

Quando é possível, também está presente o Sacerdote que assegura a autoridade eclesiástica com o seu poder ministerial. E também há quem interceda; há pessoas que têm o carisma da intercessão. Quando um grupo é composto desta maneira, com a presença de vários carismas, é um grupo ideal para fazer o discernimento e para orientar a oração. Esta torna-se muito eficaz e nós apercebemos-nos da alegria, da paz e da serenidade que acompanham a libertação. É claro que, no discernimento, prestamos atenção ao grupo infetado, à identidade dos espíritos do mal que atuam, no nível em que atuam e os objetivos que os movem.

Qual é a força da oração de libertação?

É uma pergunta que já várias vezes me fiz. A oração de libertação muitas vezes chega a substituir o exorcismo. Aliás, em certos caso não convém fazer o exorcismo, que deve reservar-se para as situações mais graves. Nos casos menores, ao contrário, é preferível a oração de libertação. Exercendo este ministério, reparei na força extraordinária da oração de louvor: liberta uma força poderosíssima. E também reparei na força da Palavra de Deus, sobretudo das palavras de Jesus. Nós baseamo-nos muito nestes dois elementos: a oração e a Palavra.

No exorcismo oficial temos três elementos: a oração, a Palavra, a esconjuração. E, muitas vezes, a conjuração, ou seja, a ordem dirigida ao Maligno é resolutiva. Nos casos mais graves não podemos deixar de nos agarrar a ela, porque é a autoridade da Igreja que intervém.

Na oração da libertação, pelo contrário, a força decisiva é o louvor. É suficiente pensar em alguns casos bíblicos. Durante a batalha contra Amalec, Moisés reza sobre o monte: são os seus braços erguidos em oração que obtêm a vitória.

Jericó era uma cidade bem fortificada; e, no entanto, foi suficiente a oração de louvor a Deus, cantada em redor da cidade, para lhe derrubar as muralhas.

O Segundo Livro das Crônicas informa-nos sobre os israelitas que partiram para o deserto do Tecoa; Josafat colocou os cantores do Senhor, vestidos de paramentos sagrados, à frente dos homens, para que louvassem a Deus dizendo: “Louvai o Senhor porque a sua graça dura para sempre”. Assim que começaram os cânticos de júbilo de louvor, o Senhor preparou uma armadilha contra os inimigos de Israel, que foram derrotados.

A oração é forte, sobretudo no Novo Testamento. Cristo obteve a vitória decisiva sobre o Maligno e a oração de louvor, com esta vitória, reordena o universo perturbado pelo pecado. O Maligno tinha tentado apagar o louvor no céu, arrastando os anjos rebeldes para o inferno. Tentou, depois, interromper o louvor de Adão, o homem que devia fazer-se voz do universo e louvar o Criador.

Agora, cada vez que o inimigo ouve a oração de louvor, escuta a vitória de Cristo vitorioso sobre a morte, sobre o pecado e sobre os demônios. E Satanás sente uma inveja fortíssima, porque agora é o homem quem louva a Deus; no lugar que ele ocupava, agora, está o homem que se une aos Anjos e louva o Senhor. O Maligno sente-se frustrado na sua pessoa e nas suas obras; por isso reage com tanta veemência à oração de louvor.

A oração de intercessão também é muito potente. Constatamos isso no livro dos Atos, quando os Apóstolos estão na prisão e a Igreja reza por eles e se dá a libertação. Do mesmo modo, pouco depois, quando Pedro está preso, a Igreja reza; e Deus envia o anjo para libertar o Seu Apóstolo. Também nas nossas orações, constatamos que o Maligno fica furioso, sobretudo, durante a oração de libertação e, freqüentemente, é durante esta oração que foge.

Sublinho, igualmente, a força de Palavra. Nós não esconjuramos, a não ser que esteja sempre um Sacerdote autorizado; mas atribuímos muita força à Palavra de Deus; experimentamos esta força e usamo-la largamente. Têm especial eficácia as palavras de Jesus e as outras citações bíblicas que nos são sugeridas. A palavra de Jesus derrota o inimigo. Quando fazemos a oração de libertação, pronunciamos lentamente as palavras de Jesus, escolhendo um dos vários episódios em que ele expulsa o demônio.

Trata-se de apresentar de novo a Jesus, de o fazer reviver naquela cena, de introduzir Jesus, o libertador. As palavras de Jesus pronunciadas nesse momento, com a força de Espírito, derrotam o inimigo, que grita e vai-se embora; e vai-se embora também quando é desmascarado por uma indicação bíblica.

Tal como o cântico de louvor, também a Palavra de Deus consola os aflitos, cura os corações dilacerados, cuida das feridas, infunde esperança, faz com que o paciente experimente pessoalmente a presença do seu libertador.

Já falamos da oração de louvor, da palavra de Jesus. Gostaria de acrescentar mais alguma coisa sobre o modo como estruturamos a oração. Existe uma libertação de (ou seja, uma libertação da presença do Maligno; por isso olha-se para ele) e uma libertação para (vantagem de; e, por isso, olha-se para a pessoa). Mais importante do que libertar de, é libertar para. Privilegiamos a libertação para enquanto trabalhamos pela libertação de. Ou seja, interessa-nos mais o irmão perturbado que o inimigo; a atenção vai toda para o irmão. E é por isso que solicitamos a sua colaboração de todas as maneiras. Em vez de expulsar o inimigo, procuramos resgatar-lhe o paciente.

A libertação pode ocorrer de duas maneiras. Imaginemos uma sala sem que esteja presente o Maligno e o paciente. Um método é o de apanhar o Maligno e expulsá-lo dali; se se consegue, o método é bom. Mas também já vimos que é mais fácil um outro método: aquele de agarrar o paciente e levá-lo para outro lugar, fora da sala, onde esteja em segurança. É o método que preferimos, interessa-nos mais o paciente do que o inimigo.

Interessarmo-nos pelo paciente significa estimulá-lo a rezar, solicitar a graça de Deus sobre ele e fortalecê-lo com os sacramentos, ajudá-lo a tomar consciência da sua situação para que saia dela. Vimos que, desta maneira, a libertação é mais fácil, pois transforma-se o homem infestado pelo Maligno num homem capaz de viver com o filho de Deus.

Com efeito, qual é a finalidade do Maligno?

É destruir o homem-cristão, o homem na sua identidade de filho de Deus. Nós, então, temos de o tornar capaz de viver a sua vida filial no Espírito Santo. Por isso, logo de imediato, invocamos sobre ele o Espírito Santo, para que preencha os espaços vazios, para que o corrobore de maneira a que, com a força do Espírito, possa arrepender-se e viver plenamente a proposta de vida cristã na fé, na esperança, na caridade.

Também tem muito peso a fé o amor daqueles que intervêm. Nós pedimos sempre ao Senhor uma grande fé; o nosso ministério exige muita fé; o Evangelho é claro. A nossa força é a fé de quem reza e a caridade para com Deus e para com o próximo.

A fé e a caridade ajudam-me reciprocamente muito bem. São Gregório Magno, falando acerca da pregação, afirmava que ninguém pode exercer este ministério se não tiver caridade para com o próximo. Nós dizemos o mesmo a respeito do ministério da libertação. O espírito maléfico não resiste ao amor; ele, que é fogo, tem medo do fogo do amor. Por isso, nós procuramos amar o doente, amar quem está infestado, para além de nos amarmos uns aos outros no grupo. Se não existe amor não se avança, porque o amor derrota o inimigo.

fonte: Padre Gabriele Amorth: Livro Exorcistas e Psiquiatras

sábado, 2 de abril de 2011

IMPERDÍVEL!!! KAIRÓS DE CURA NO TERRENO

A paz, amados e amadas em Cristo Jesus!

Quero convidá-lo para um evento maravilhoso nesse próximo Domingo (03 de Abril 2011). Será o nosso KAIRÓS DE CURA E LIBERTAÇÃO.

Veja os detalhes:

Tema: "DEUS VAI FAZER ACONTECER"
Local: Batinga de Baixo, cidade de Belo Jardim-PE (depois do companhia do lazer, primeira entrada a direita, seguindo as placas indicativas)
Horário: das 08:00h às 16:00h

Programação: Pregações, Louvor, Adoração, Oração de Cura e muito mais...

Transporte saindo as 07:30 da praça da criança (Cohab 1), passando pela igreja no Santo Antonio e no Colégio Marcos Freire. Retorno as 16:00h. 3 reais a passagem. Venderemos almoço e lanches

Venha passar esse dia especial na presença do Senhor e deixe Ele fazer acontecer um Milagre em sua vida!

Mais informações: e-mail: andrefariassilva@hotmail.com

Deus te abençoe!